O governo de Luiz Inácio Lula da Silva emite sinais de que pode incorrer no mesmo erro que imobilizou o reinado de Fernando Henrique Cardoso: o tom excessivamente conciliador, e o empenho em não melindrar ninguém, particularmente os setores da sociedade bem representados por lobbies nos três poderes. Querendo agradar a todos, FHC tornou-se refém desses lobbies, e deu no que deu.
A hora para Lula provar que é diferente é agora. Embalado pela popularidade, o presidente precisa aplicar já as medidas nem sempre doces para as tão sonhadas reformas. As assimetrias brasileiras são tão vertiginosas que alguns certamente sairão perdendo, o que vai provocar arranhões na ainda reluzente imagem presidencial. Mas é melhor pôr a cara a tapa agora, em nome de uma boa causa, do que frustar os mais de 50 milhões de brasileiros que votaram pela mudança.
Tome-se como exemplo a reforma da previdência. Foi o ministro Ricardo Berzoini ensaiar os primeiros movimentos na busca de uma solução mais justa para o sistema previdenciário, que começou o bombardeio dos lobbies. Os militares reagiram com uma anacrônica ameaça: “Qualquer mudança trará instabilidade militar, e isso não é coisa boa para nenhum governo”, fustigou na semana ada o general aposentado Luiz Gonzaga Lessa, presidente do Clube Militar.
Os togados engrossaram o coro: “Quando o servidor opta pela carreira pública, começa a contribuir para ter no futuro certos direitos. Indaga-se: iniciada essa relação jurídica, é legítimo que ela seja alterada por uma das partes"M627.409,331.563L512.604,306.07c-44.69-9.925-79.6-46.024-89.196-92.239L398.754,95.11l-24.652,118.721
c-9.597,46.215-44.506,82.314-89.197,92.239l-114.805,25.493l114.805,25.494c44.691,9.924,79.601,46.024,89.197,92.238
l24.652,118.722l24.653-118.722c9.597-46.214,44.506-82.314,89.196-92.238L627.409,331.563z"/>